quarta-feira, 20 de abril de 2022

O que é que torna as pessoas mais atraentes com o tempo ?

As aparências não são tudo. Quando se trata de uma relação saudável e duradoura, a personalidade é característica mais atrativa.

Quanto mais conhecemos alguém, mais tendemos a gostar dessa pessoa. E quanto mais nos habituamos à aparência de alguém, mais ela se molda às nossas preferências. Mas porquê? O que é que torna as pessoas mais atraentes com o tempo?

De acordo com Ravi Thiruchselvam, investigador de auto-perceção da Universidade de Toronto, vários fatores poderiam estar em jogo.

Segundo a Discover, a investigação permitiu descobrir que, em termos de aparência física, quanto mais vezes nos é mostrado um rosto, mais atraente se torna, embora os traços físicos atrativos variem de pessoa para pessoa.

O que pode ser atraente para alguém, pode não corresponder às expectativas do outro — a beleza é muito pessoal. Mas achar alguém atraente é o resultado do circuito de recompensa do cérebro, impulsionado pelo Nucleus Accumbens, uma estrutura chave envolvida nas respostas motivacionais e emocionais do cérebro.

“A atividade no Nucleus Accumbens permite distinguir parceiros românticos de potenciais companheiros desconhecidos”, diz Ravi.

Para além do físico

A psicologia da atração vai muito além da aparência. O princípio da reciprocidade da psicologia social, por exemplo, diz que gostamos tanto mais das pessoas quanto mais pensamos que elas gostam de nós.

À medida que a relação se constrói, podemos naturalmente começar a retribuir sentimentos por alguém que sabemos que tem esse sentimentos por nós, afirma o investigador.

E quanto mais tempo se está com alguém, mais outros fatores psicológicos ajudam a solidificar e fortalecer a relação. “À medida que uma relação romântica se desenvolve, os parceiros podem tender a idealizar-se mutuamente ou a exagerar as qualidades positivas um do outro para preservar a relação“, diz Ravi.

“Podem também desvalorizar cognitivamente potenciais parceiros alternativos (um processo que pode ser inconsciente) para proteger a relação contra as tentações“.

E segundo Ravi, ao mesmo tempo, quanto mais se conhece e se gosta de alguém, maior é a probabilidade de se revelar informação privada que, por sua vez, nos faz sentir mais ligados.

Esta ligação pode ser subconsciente, e, segundo o psicólogo Timothy Yen, acontece quase instantaneamente. Em apenas alguns segundos, o cérebro está a decidir se se aproxima ou se se retira. Yen diz que estamos a tentar interpretar se uma pessoa é acessível ou perigosa.

“A um nível mais primário, estamos a descobrir quem daria um bom parceiros ou uma bom acréscimo à nossa tribo, que aumenta as nossas hipóteses de sobrevivência e reprodução. Traços atrativos sinalizam bons genes e, portanto, um bom parceiro para espalhar os seus genes pelas crianças”, diz o psicólogo.

O que acontece quando já não somos tão atraentes?

Timothy Yen diz que isto é natural. A maior parte dos atributos físicos tendem a desaparecer ao longo do tempo. “A novidade desperta a atratividade inicial devido às potencialidades. E a nossa curiosidade aumenta a atratividade“, acrescentou.

Assim que a novidade se desgasta, são os traços positivos para os quais formos inicialmente atraídos, que nos fazem continuar a gostar da pessoa. Todos nós envelhecemos e alguns dos atributos físicos que inicialmente estavam presentes podem também desvanecer-se

Ganhar peso, rugas, cabelos grisalhos, sobrecarga de uma vida de esforço e trabalho, são tudo características que se vão desenvolvendo com o tempo.

Quando as relações funcionam é porque a atratividade vai para além da aparência, e o oposto também é verdade. Quando as boas qualidades que pensávamos que estavam presentes no início parecem diminuir, ou nem estavam presentes em primeiro lugar, o mesmo acontece com a nossa atração.

Embora a atração física seja das primeiras motivações para se gostar de alguém, uma relação solida e duradoura, vai muito para além do físico. O que vai sempre prevalecer é o companheirismo, a personalidade e forma como somos tratados.

https://zap.aeiou.pt/o-que-e-que-torna-as-pessoas-mais-atraentes-com-o-tempo-469659

 

sábado, 29 de janeiro de 2022

Há menos relações sexuais - E não é só por causa das tecnologias !


Estudos em vários países demonstram que a maior queda se verifica entre os adolescentes. E os confinamentos não alteraram isso.

Não é o primeiro – nem será o último – mas em Novembro surgiu novo estudo sobre a frequência de relações sexuais. Desta vez nos Estados Unidos da América, resultado da pesquisa nacional de saúde e comportamento sexuais.

Os autores do estudo, do Centro de Promoção da Saúde Sexual na Escola de Saúde Pública da Universidade de Indiana, procuraram quase nove mil pessoas, entre adolescentes e adultos – a maioria adultos.

Há uma tabela que mostra um dos dados mais relevantes: há mais de uma década as pessoas nos EUA tinham relações sexuais do que agora.

Essa diferença é mais visível entre os adolescentes (entre os 14 e os 17 anos). Nessa faixa etária, em 2009 havia 79,5 por cento de jovens que não faziam sexo há mais de um ano – ou que nunca tinham feito; em 2018 foram 89 por cento a assumir o mesmo.

Nos adultos (18-49 anos) também houve um aumento, embora menor: de 23,5 por cento em 2009 para 28,1 por cento em 2018.

No sexo oral entre adolescentes a variação foi muito semelhante: mais 10 por cento em “jejum” durante um ano, em 2018. A subida é ainda maior no número de adolescentes sem masturbação (de 44 por cento para 60,5 por cento).

Estudos noutros países, como no Reino Unido e na Alemanha, mostram que a diminuição do número de relações sexuais é global, ao longo das últimas décadas.

Soazig Clifton, directora de um inquérito semelhante no Reino Unido, falou sobre o assunto à revista Science Focus e foi clara: “Sim, há menos relações sexuais. E parece ser uma tendência internacional”.
Possíveis razões

A responsável admite que não consegue enumerar com certeza os motivos. Tem noção de que as tecnologias – pessoas “coladas” em telemóveis – ajudam.

Mas não é só isso: as pessoas falam mais abertamente sobre sexo, agora. Não têm vergonha em assumir como está a sua vida sexual, mesmo que seja inexistente.

E há o cansaço do lado feminino: “Tem havido muita investigação em relação às mulheres de meia-idade. Elas estão cansadas demais para fazer sexo, têm muitas mais coisas a acontecer nas suas vidas”.

A pandemia “fechou” as pessoas em casa mas isso não fez alterar rotinas: “Os impactos do confinamento foram muito distintos, depende do caso. Mas, entre os inquiridos que já viviam com a companheira ou companheiro, a frequência do sexo foi praticamente a mesma. A maioria das pessoas contou que não houve qualquer mudança na vida sexual”.

https://zap.aeiou.pt/ha-menos-relacoes-sexuais-e-nao-e-so-por-causa-das-tecnologias-459685

 

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